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Maia em Festa
Como gente que vive na Maia, podemos orgulhar-nos do passado desta terra que agora é nossa, pois ela está cheia de tantas e tantas maravilhas que estão para além do chamado "progresso" baseado, unicamente em estradas, edifícios e sinais de abundância material. Temos um passado brilhante que nos faz adotar, no presente, o slogan: "Sorria. Está na Maia". Sorrir tem de partir de dentro do coração para ter o seu verdadeiro sentido.
Há gente do nosso tempo que tem dificuldade em ler a história como caminho que vem de longe e que se foi construindo, mercê de muito engenho e arte, e só dá atenção ao que faz e ao que é.
Este tempo da Festa de Nossa Senhora do Bom Despacho é uma ocasião para nos revermos como povo que somos e para fazermos uma visita às nossas raízes naquilo em que elas são entusiasmantes. Não iremos fazer como no ano passado,. temos que fazer melhor se isso não acontecer não progredimos.
Como surgiu tudo isto?
Já desde finais da Idade Média a nossa maia era a terra onde se venerava Nossa Senhora do Bom Despacho. O dia da sua festa era celebrado por multidões de romeiros que vinham do sul de Espinho a todo o Norte litoral de Portugal, bem como do interior... Assim fala a história.
O sentido da romaria era de verdadeira religiosidade popular e este era expresso nas celebrações e Procissão. ( Há uma narração da de 1733). A Procissão era preparada com esmero e as ruas atapetadas de flores. Os trajes eram de requinte e as Confrarias iam na procissão com as vestimentas próprias. A Procissão traduzia e, certamente traduz ainda hoje amor e devoção a Nossa Senhora do Bom Despacho (de todos os despachos).
A partir de 2003 a Igreja Paroquial foi declarada Santuário Mariano, distinção que a Igreja concedeu o que para nós todos é de um alcance que nos ultrapassa.
O "ir às raízes da devoção" é enobrecê-la. Não se vai copiar, mas aproveitar o que de bom nos foi legado. Há quem sonhe e queira transformar a Festa em romaria. A romaria tem outro cartaz. Hoje é festa que deve ser vivida à volta de Nossa Senhora, que é Mãe.
A cidade vai alindar-se. Não faltarão motivos que ajudarão ao estar bem aqui durante uns dias, como serão alguns divertimentos, conjuntos musicais e bandas de música...
Mas tudo é feito centrados na Fé e devoção como crentes que somos e o iremos exprimir nas celebrações da Eucaristia e na Procissão Majestosa de Domingo, dia 12, na qual todo o concelho da Maia estará presente, com um Andor a Nossa Senhora, Cruz Paroquial e Confrarias.
Maria é caminho para Jesus. Deveremos ouvi-la: "Fazei o que Ele vos disser".
Cresçamos como irmãos na Fé e no amor. Com Cristo e Maria empenhemo-nos na transformação do nosso mundo, para que ele seja melhor.
Celebremos com entusiasmo a Festa.
P. Domingos Jorge

Transcrevendo da história...

Em 1733 descreviam-se os festejos da seguinte forma:
"A Igreja ricamente se armou, e se compuseram perfeitamente os altares de damascos. Fez-se à Senhora nove dias com todo anseio novena de tarde, com sua prática a ladainha e outras devotas orações, descarregam em todos os nove dias vários roqueiros de fogo, e ainda tudo o que fez o juiz Vicente Gramaxo. Por isso se lhe cantarão solenemente vésperas; no dia pela manhã esteve o Santíssimo Sacramento exposto no altar-mor na mão da mesma Sr.ª Do Bom Despacho como se tem feito muitas vezes, foi orador dos milagres e prodígios da D.ª Sr.ª..."
"...pregou sermão de acção de graças o seu costumado engenho, e elevada erudição e de tarde estava preparado para fazer o mesmo, senão temera o faltar tempo para se fazer a vistosa, asseada e custosa procissão que se fez. Para a qual não se fez finta aos fregueses ou irmãos, mas sim só concorrerão os mais devotos com o seu zelo e devoção e não as confrarias...".
"...Contava a digníssima procissão de nove bem vistosos e compostos andores; era um o do Príncipe e glorioso Arcanjo S. Miguel padroeiro desta Igreja, o qual deu Bernardo da Grã Me. Imaginário irmão desta freguesia todo coberto de milania branca em que bem luzia a prata e sobressaía a franja de ouro que em vasos dourados o compunham, o qual levavam quatro irmãos com suas opas brancas e murelas verdes com suas medalhas e dois com suas tochas...".
"...Outro era de Nossa Senhora do Bom Despacho que deu o Reverendo Vicente Gramacho Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo, Juiz da Confraria da Senhora, o qual era todo de talha dourada, e nela tinha engastadas várias pedras como esmeraldas, rubis, e outras mais vistosas que ornavam aquele trono de ouro com prodigiosos e ricos ramos de flores em ricos vasos dourados, entre os quais havia brilhante uma rosa de Jericó, lançando daquele trono resplendor como outro sol a todos os que assistiam aos seus obséquios. Levavam o andor quatro irmãos com suas opas brancas de seda e murelas azuis, e acompanhavam dois com duas tochas, todos estes Santos eram da Igreja...".


Mais duas trnascrições.
A primeira é de Outubro de 1883, isto é de há 132 anos:
“Em 8 de Julho realizou-se em Barreiros a grande romaria da senhora do bom Despacho.
Esta esplêndida, que se realiza todos os anos no segundo Domingo de Julho, foi desta vez extraordinariamente concorrida; e, na verdade; essa concorrência justifica-se. A romaria do bom Despacho, como abreviadamente lhe chama, não tem outra igual. O povo da beira-mar, que a ela concorre em enorme quantidade, com seus trajes grotescos e a capricho, com suas incessantes danças, com seus alegres folgares, imprime-lhe uma feição característica!
Por todo o arraial, que se faz num local arborizado, reina sempre a animação e a gargalhada, e raras vezes aparece a licença.
Muitos cavalheiros distintos da cidade do Porto estiveram aqui este ano, e alguns, com quem falamos, levaram gratas impressões.
A festividade no templo foi brilhante, menos com relação à orquestra, que aliás pode e deve ser melhor. O rendimento chega para muito mais; e ainda que não chegasse, bastava que a Junta de Paróquia eliminasse a despesa que faz com os morteiros, que estouram durante cinco dias, para que já tivesse uma boa verba disponível […]”.

Na mesma revista, em 1884,dizia-se:
“Esteve esplêndida a romaria da senhora do bom despacho, que se realizou em Barreiros no dia 13 de Julho.
A concorrência foi enorme. Não devemos errar muito se afirmarmos que vieram aqui uns 200 veículos, e que o número dos forasteiros regulou por 5.000.
[segue-se o enumerar de muitas personalidades que aqui estiveram, desde comerciantes e industriais a políticos e autoridades, incluindo muitos estrangeiros].
Não é para admirar tamanha concorrência. Parece-nos ser o natural resultado do carácter alegre e pouco vulgar da romaria do bom despacho, da pouca distância a que Barreiros está do porto e da beleza e amenidade do local.
Para esta freguezia, dotada de muitos melhoramentos e cortada por três estradas, vêem muitas famílias passar a estação calmosa, já porque a posição topográfica, as boas águas, os vastos arvoredos e a ausência de focos de infecção garantem a Barreiros a máxima salubridade […].


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05 de Maio de 2016
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